segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Efemérides

As efemérides de ontem, hoje e amanhã merecem registro. A começar, claro, por hoje: há 111 anos nascia Luís Ferreira Cunha da Mota, mais conhecido para a posteridade como Padre Mota. Nasceu em Mossoró, onde foi não apenas vigário da Matriz de Santa Luzia como prefeito da Capital do Oeste. Mestre Cascudo – em “Notas e documentos para a história de Mossoró” (1953, circa) – vai além: o então padre (chegaria a monsenhor) Luís Ferreira da Cunha Mota foi “o primeiro Cura da Catedral”. Isso lá pela década de 30, século passado.

Na década de 20, Padre Mota foi um dos defensores da Cidade diante dos ataques do Rei do Cangaço. O Correio do Povo, de 19 de junho de 1927, informa inclusive sua posição na defesa heróica: aquartelado no Telégrafo, junto, entre outros, com o Tenente Abdon Nunes e o Cônego Amâncio Ramalho. O sobrenome é Cunha da Mota ou da Cunha Mota?

Não sei, deixo o detalhe pros pesquisadores.

O ataque de Lampião aconteceu em 1927, mesmo ano da nossa segunda efeméride – esta, de ontem: em 25 de outubro daquele ano era promulgada lei garantindo o voto das mulheres. A idéia já era defendida pelo então candidato Juvenal Lamartine, o projeto de lei foi apresentado por Adauto Câmara, relator Antônio Bento (sim, o crítico de arte), e sancionada pelo presidente José Augusto. Hoje, o que não falta é mulher por estas ribeyras, ditando, ordenando, reinando e fazendo coisas que, 82 anos atrás, eram então inimagináveis. Dinheiro, mulher e bicho-de-pé são as três melhores coisas do mundo, reza um dito popular – mas isso é outro papo.

A terceira e última efeméride é para o dia de amanhã: em 27 de outubro de 1872, nascia Ezequiel Lins Wanderley, nosso Herói apenas pelo fato de ter organizado a primeira antologia de poetas deste Ryo Grande.

O que não é pouco.

Ezequiel Wanderley nasceu em Açu – onde nascia nove entre dez poetas de antão – filho de Luiz Carlos (considerado o primeiro médico e o primeiro romancista deste Ryo Grande), irmão de Sinhazinha e Segundo Wanderley e tio de Jayme dos Guimarães e Palmyra Wanderley. Participou da maioria dos jornais literários da época, onde adotava pseudônimos engraçados, como Carlos d’Alva, Eduardo Worms, Gil Pimpão e Juquinha das Mercês.

Além de ter publicado “Poetas do Rio Grande do Norte”, em 1922, entra para a história das famigeradas letras potyguares por ter sido proprietário do Potiguarânia – que, vendido a um certo Jorge Fernandes, se transformaria no famoso Café Magestic.

*

clima

Ezequiel Wanderley reuniu 108 poetas em sua antologia – ali estão, entre outros, Auta de Souza, Abner de Brito, Ferreira Itajubá, Henrique Castriciano, Jorge Fernandes, Juvenal Antunes e Nísia Floresta.

Em 1993, graças aos esforços de Carlos Lima (da finada editora Clima), de Abimael Silva, (do Sebo Vermelho, ainda não editora), e de Jácio Torres (Sebo Cata Livros), foi publicada uma 2ª edição fac-similar.

“Diante do abusivo atraso nos pagamentos (sete meses, em alguns casos) dos grupos e artistas que foram selecionados legalmente em editais públicos pela Fundação José Augusto (FJA), no período de 2008 e 2009; da indefinição de datas certas para realização desses depósitos; e do encerramento da planilha orçamentária de 2009 no final deste mês, adiando todos os pagamentos para 2010, convocamos todos os grupos e artistas para participarem do Ato de Ocupação da Fundação José Augusto, nesta segunda-feira (dia 26/10) a partir das 07h30 da manhã.” – nota encaminhada pela galera da Tropa Trupe Cia de Arte aos artistas deste Ryo Grande.

Hoje, pois, sete e meia da manhã, anos depois, décadas depois da famosa – e folclórica – “Passeata do Bode”, a classe artística [sic] reclama o que de direito.

Dubem

Flávio Rezende é o entrevistado de hoje do Conversa Franca (SimTV, 12h30).

Obscuro objeto do desejo

“Em se consolidando as candidaturas de Iberê, pela situação, e de Rosalba, pela oposição, não é possível prever de qual lado ficarão Robinson, João e Carlos Eduardo. Desnecessário dizer que desejo, torço e trabalho para que nenhum deles apóie a candidatura da oposição conservadora. Mas não ficarei surpreso se, como tantas outras vezes, os fatos políticos contrariarem meu desejo.” – do deputado Fernando Mineiro, com os dois pés bem atrás.

Glória Pires

Pra quem pariu – na real – a belezinha da Cléo Pires, parir Lula em “O filho do Brasil” – mesmo que na ficção – deve ter sido um verdadeiro trabalho de parto.

Prosa

“Que é feio servir-se a gente dos seus dons naturais para desinquietar lares alheios.”

Miguel Torga

Bichos

Verso

Natal, cidade do já teve, / te-queremos assim mesma, / com um palácio que já foi presidencial, / onde passou a funcionar o Wander Bar”

José Bezerra Gomes

“Evocação da cidade...”

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