Desde que sugeriu a cidadania para o Papai Noel, a vereadora-sargento Regina não pára de se preocupar com o bom velhinho – mas, danada, não compareceu à audiência pública, ant’ontem, para discutir políticas públicas de apoio e proteção ao idoso nesta Capital e mui alvissareiro Município.
Invés, propôs audiência pública terça passada sobre a segurança nas instalações da Copa do Mundo de 2014, nesta Capital.
Ou seja: acredita, mesmo, em Papai Noel, a moça.
(Uau! Quantas vírgulas no parágrafo anterior – mas não estão erradas, não, rapazes e moças: é que todo esse blá-blá-blá sobre o Arraial de Palumbo sediar a Copa me parece tão infantil e despropositado que tem-se que usar, mesmo, essa linguagem tatibitate.)
“Precisamos nos preparar [...] para que um acidente não transforme o espetáculo em catástrofe” – afirmou a inexorável sargento aos seus pares na Câmara, esquecendo que todo esse papo de Arena das Dunas, derrubada do Machadão, implosão do Machadinho, explosão imobiliária e tal, é já uma grande catástrofe por si só.
Os bombeiros foram literalmente chamados à CMN, não para apagar, mas para prevenir o futuro incêndio: segundo a corporação, atualmente existem apenas 584 bombeiros efetivos (e 84 em formação) para os dois mil recomendados pela FIFA num evento como o Mundial de football.
Para alegria dos marmanjos e heróicos combatentes do fogo, também a vereadora Julinha Arruda deu – melhor: compareceu – com o ar da sua graça à audiência (também não faltou à sessão da terceira idade, Julinha, que não costuma faltar ao trabalho, diga-se de passagem). E lembrou “o exemplo do grupamento de prevenção em estádios do Rio de Janeiro, bem como a necessidade de que bombeiros e policiais participem de cursos de inglês para que atendam bem aos turistas, principalmente em situações de perigo”.
O que é muito justo: já pensou os gringos gritando “help”, “help”, e a turma sem saber o que fazer?
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trigêmeos
De férias, Alex Medeiros trabalha. Trabalha. Trabalha. Não é que nem o Governo de Todos – até porque a idéia envolve futuros lançamentos de livros – mas, por aí: próximo dia 24, comemora 50 anos de vida e 20 de coluna, lançando coletânea de crônicas sobre cinema & quadrinhos – o livro, ainda sem título, sai pela Flor do Sal.
Enquanto isso, finaliza “Eu acredito em deuses” (ele, que é ateu), sobre os craques-gênios do mundo do futebol – deve sair pela Ediouro.
Pra arrematar, “Meus mortos falam”, coletânea de homenagens àqueles que partiram – entre amigos, famosos e um único e verdadeiro ídolo: seu pai.
A idéia é, em um período de 9 meses, lançar três livros.
Conselheiro
Abimael Silva foi lançar “Augusto dos Anjos, dos deuses e dos diabos”, de James Joy... digo, de Chico Ivan, em Pernambuco. Antes de voltar para este Ryo Grande pegou um atalho, um desvio, uma encruzilhada, e deu uma passadinha em Canudos, na companhia de João da Mata Costa e Dom Inácio Magalhães de Sena: “Vargas Llosa tem razão, aquilo é o fim do mundo, uma pobreza imensa, mas um fé não menos grande.”
sounds
Hoje, no TCP, 19h30, o trio de Eduardo Taufic e a Marimbanda se apresentam, parte do IV Festival BNB de Música Instrumental. De grátis.
manada
Hoje – como eu falei ontem – começa a Festa do Boi 2009. E o quico? Nada. Ou bote um chapéu de cowboy e vá passear entre as vacas, ou meta as esporas no seu alazão e vá assistir “Bastardos inglórios”, último filme de Tarantino – no Cinemark e no Moviecom – e “Anticristo”, último de Von Trier – apenas no Cinemark, 14h.
Neve
Hoje, nove da matina, no TCP, a direção da Fundação Zé Augusto vai tentar explicar aos jornalistas deste Ryo Grande algumas verdades – é o que se espera – sobre o Projeto Seis & Meia e o Projeto de Reforma da Cidade da Criança. A vereadora Regina e Santa Claus não confirmaram presença.
Gaiola
Flávio Rezende encarna o “palhaço do bem” e percorre amanhã as ruas de Mãe Luiza promovendo interessante campanha – “Liberdade aos passarinhos”, contra a criação das aves em cativeiro.
Gênova
“Um diretor de indiscutível talento fulgurado por uma das cidades italianas mais fascinantes e menos usufruídas cinematograficamente” – do jornal La Repubblica, sobre Michael Winterbottom e seu penúltimo filme, “Gênova”.
O último filme de Winterbottom é inspirado no livro de Naomi Klein, “A doutrina do choque: a ascensão do capitalismo de desastre”, um calhamaço que o sobrescrito não teve coragem de encarar (mas recomenda, sem medo, “Sem logo: a tirania das marcas em um planeta vendido” – ideal para publicitários).
Prosa
“A fraternidade entre todos os homens não poderá nunca ter outra base senão o kitsch.”
Milan Kundera
A insustentável leveza...
Verso
“Porém ter feito em vez de não fazer / isto não é vaidade”
Ezra Pound
“Canto LXXXI”
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