segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Um balaio de notas culturais, nacionais e internacionais

Cultura 250909


PNC-PEC

Considerada essencial para a estruturação do Plano Nacional de Cultura (PNC), a Proposta de Emenda à Constituição 150/2003 foi aprovada ant’ontem na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados – Brasília, claro.

Segundo esta PEC, a União deve destinar 2% dos recursos do orçamento para a área da cultura e preservação do patrimônio (antes era de menos de 1%).

Já estados e municípios devem dispor de 1,5% e 1%, respectivamente.

O toque irônico ficou para a sugestão (aprovada) do baiano Zezéu Ribeiro: substituir, na PEC, o termo “cultura nacional” por apenas “cultura” – o raciocínio é de que os burrocratas poderiam não mais bancar concertos de música clássica, sob a alegação de que não fazem parte da tal “cultura nacional”.

Vira-latas

Enquanto o ministro Juca Ferreira explicou, em nota oficial, o significado da aprovação: “Nós brasileiros enfim surgiremos como pessoas e nação que se cultivam, que abandonam definitivamente o complexo de vira-latas apontado por Nelson Rodrigues, para, enfim, assumir-se no mundo como seres afetos à cultura – a cultura que nos traduz, explica, alimenta e posiciona no mundo.”

Paris, Texas

Quer ouvir os clássicos do country rock americano e os clássicos do pop francês na mesma noite?

Aproveite, a noite é essa: logo mais, 22h30, no Budda Pub, ingressos a R$ 15, acontece o “Dia da França no Budda”, alusão ao Ano da França no Brasil. A abertura é bem ianque (com sotaque potyguar): a banda Kentucky é influenciada especialmente pelos Everly Brothers, mas ataca também de Simon & Garfunkel, Elvis Presley e Birds, entre outros.

Já a Bande Ciné tampouco é francesa: vêem, os cinco rapazes, de Pernambuco, e fazem as clássicas “releituras” de clássicos da música pop francesa, anos 60 e 70 – tipo Brigitte Bardot, Dalida, France Gall e – olha o respeito! – Serge Gainsbourg.

Time

Na escalação da Kentucky: Guilherme Bruno (vocal), Luiz Felipe (vocal e violão), Rafael Prado (guitarra), Luis Eduardo (baixo), Flávio Alves-Dado (bateria). A Cité tem a voz feminina de Tatiana Monteiro, a guitarra de Filipe Barros, o baixo de Bruno Vitorino, o trompete de Demóstenes e Thiago Suruagy na bateria.

Fumo

Segurem a onda, não bebam demais que amanhã vocês têm que ficar com o pescoço inteiraço: a Esquadrilha da Fumaça Francesa faz show nos céus desta Cité, Capital Espacial do Brésil e Ar mais puro das Américas.

pium

Mais uma edição do Café com Letras (a 21ª): artes, artesanato, brechó, recitais poéticos, sebo – e, claro, café e petiscos. Pelos lados musicais, o show de hoje é por conta de Ismael Alves.

No Instituto Pium de Cultura, Rota do Sol, próximo à feira de frutas, 20h. De grátis.

cunhãs

Hoje, 22h, na carona do Flipa, a Calígula (pizzaria, rua principal) recebe a exposição do artista visual amazonense Zéca Nazaré. Em paralelo, lançamento da história em quadrinhos “Os anseios das cunhãs”, de Regina Melo, e show do Toca Trio Jazz.

Fim

Estréia hoje, com um ano de atraso, “Apenas o fim” (2008), de Matheu Souza, bastante comentado nos sítios brazucas sobre cinema. Pelo que eu me lembro, foi filmado todo na PUC, Guanabara, e é uma espécie de “Antes do amanhecer” (com Ethan Hawke e Julie Delpy, safra 95) nacional. Tipo assim, “D.A.R.”, ou discutindo a relação. Amorosa, claro.

No Moviecom.

Começo

Estréia, também, e também com um ano de atraso, “Juventude” (2008), de Domingos de Oliveira (que dirigiu, em 1966, “Todas as mulheres do mundo”, com Leila Diniz). As críticas são pra lá de positivas para essa história sobre o reencontro de três amigos meio século depois. Existirão amizades assim daqui a 50 anos?

Meio

Enquanto isso, segue “À deriva”, de Heitor Dhalia, história de um casamento em crise sob a ótica da filha adolescente. Não se recomenda, portanto, assistir os três filmes num só dia – a não ser que você queira afundar na depressão.

Sempre no Moviecom.

Pra cima

Em vez, visão mais simpática (e não necessariamente fantasiosa) de um longo relacionamento homem-mulher pode ser visto na animação, “Up – altas aventuras”: a história do casal que se conhece na infância e vive junto até a velhice é não apenas o mote para todo o filme, mas uma espécie de curta dentro do filme. Emocionante.

No Cinemark e no Moviecom.

Tuitermania

É impressão do sobrescrito (nem com tanta má vontade assim) ou o Twitter já mostra sinais de cansaço? Ao menos, por estas ribeyras, os tuiteiros nativos já não se mostram tão sedentos ao pote virtual. Quem almoça com quem e onde começa a ser substituído pela passagem de um SAMU ou outro – carregando quem e para aonde não se sabe, mas, como na música de Chico, espera-se na janela para ver a ambulância passar.

Reis

Artistas visuais, produtores culturais, secretários municipais e estaduais de cultura, enfim, leigos interessados, não podem deixar de ler “A experiência Rex: ‘éramos o time do Rei’”, da jornalista e historiadora Fernanda Lopes, a breve mas intensa história do Grupo Rex, que entre 66 e 67 publicaram um jornal-boletim, montaram uma galeria de artes e sacudiram o cenário (e o mercado) de artes de Sampa, e, por conseguinte, do Brazil.

Prosa

“não tenho culpa deste sol florido, desta chama alucinada, não tenho culpa do meu delírio”

Raduan Nassar

Lavoura arcaica

Verso

“tudo fazia crer / que algo andou errado, muito errado, / profundamente errado”

Fernando Monteiro

“Vi uma foto de...”

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