quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Meu nome não é Dilma


Hoje eu acordei me sentindo a própria Dilma Rousseff – sem peruca, sem câncer, sem plástica no rosto, nem bolsa paraguaya na mão – mas, tudo bem, fora isso, a própria Dilma R. Pois, repito, pra não restar dúvida: hoje eu acordei me sentindo a própria Dilma Rousseff – de tanto levar porrada. Crianças, tenho levado umas porradas que nem lhes conto. É verdade que também já acordei, dias outros, me sentindo, assim, digamos, que nem uma Marina Silva. Mas, vamos e convenhamos, é muito mais divertido acordar como Dilma – essa história de ficar à beira de um igarapé com os olhos sonhadores de Marina Morena, os cabelos evangélicos puxados pra trás e uma bibliazinha de pastor abraçada ao coração singelo não combina muito comigo, não. O bom mocismo de Marina – particularmente nesta manhã – me provoca engulhos. E, juro, bebi nada ontem, não. Só o básico, e tudo legalizado. Então, só pra enfatizar pra vocês, estou muito satisfeito, sim, nesta manhã, de chuva ou sol (que, claro, estou escrevendo ontem e ainda não despertei na pele daquela moça do tempo, como é mesmo o nome? – a Patrícia Poeta –, e não posso saber se a manhã de hoje é nublada ou ensolarada), muito contente, pois, em acordar, simbolicamente, metaforicamente, como uma Dilma Rousseff. De tanto levar porrada, já falei.

Aí entra aqui e agora a citação básica, recorrência infame dos cronistas aleijados, que precisam das muletas alheias pra explicar qualquer coisa de mais significativo – desta vez vou de Fernando Pessoa, “Nunca conheci quem tivesse levado porrada. / Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.”  E por aí segue, em linha reta, o “Poema em linha reta”: “E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, / Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, / Indesculpavelmente sujo...” Etc.

E nem é uma questão de banho ou de roer as unhas diante dos príncipes da vida. É só uma questão de porrada, mesmo, nem sei bem porquê, que nem presidenciável sou. E olha que por enquanto não posso nem reclamar dos golpes baixos, na altura da virilha – embora, como uma Dilma Rousseff recém-desperta, não sei se faria diferença.

Então, crianças, se também vocês, ou algum de vocês, estiveram feito eu, o corpo dolorido de tanto apanhar, não se preocupem: somos muitos. E nosso nome não é necessariamente Dilma Rousseff – pode, inclusive, ser até Lina, ou Marina, ou Wilma, ou Micarla, ou qualquer outro. Mas, estejamos preparados – vem mais porrada por aí. Sempre vem.

*

FOLK

Hoje, a partir das 9h, tem homenagem ao tal do folclore no Colégio Ciências Aplicadas, com palestra, exibição de “Fabião das Queimadas, poeta da liberdade”, de Buca Dantas, seguido de conversa com o diretor.

FOLK II

Hoje tem também a Quarta Cultural do Mercado de Petrópolis.

Gray

Mais um sarau poético, hoje, na Aliança Francesa, 19h. A 5a edição homenageia o poeta Adriano Gray Caldas, e tem a participação do grupo Lumiar, interpretando músicas daqui e dacolá, ou seja, das ribeyras do Putigy e das margens, esquerda e direita, do Sena.

Ah! E rola também uma exposição do artista plástico Eduardo Alexandre.

FEIRA

Tem café da manhã, de grátis hoje, oito da matina, no restaurante Mangai: é a apresentação da Feira do Artesanato Potiguar, que vai reunir, como não poderia deixar de ser, artesãos de todo este Ryo Grande, e que este ano acontece no famigerado Presépio de Natal, Candelária, a partir de amanhã e até sábado, das 16h às 22h.

Política

E mais pra de tarde, antes do pôr-do-sol no Putigy, acontece “ato político” no mais que centenário Teatro Alberto Maranhão: é a apresentação do projeto final do Plano Nacional de Cultura, o Pê-eNe-Cê (não confundir com o Pê-A-Cê). A deputada Fátima Bezerra apresenta, o ministro Juca Ferreira e a governadora Wilma de Faria se fazem presente.

A conferir quem estará na platéia. Aguardem as colunas sociais e as atualizações, em tempo real, dos twitters.

Política II

O artigo de Serejo de antontem, neste vespertino, é um belo exemplo de como fazer análise política séria, objetiva e veramente isenta. E ainda com estilo.

FOLK-Política III

 “A feirinha de folclore travestida de literária, em Pipa, eh o avesso da idéia inicial minha e de Rodrigo Levino. Virou breguice oficial.” – de Alex Medeiros, em 136 toques.

PROSA

“Imprudente ofício é este, de viver em voz alta.”

Rubem Braga

200 crônicas escolhidas

VERSO

Não lhe, não me peçam opinião / que é impublicável qualquer que seja o fato do dia / e contraditória e louca antes de ser formulada.”

Drummond

“Apelo a meus...”

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