terça-feira, 16 de junho de 2009

Odisséias

Professor, doutor, sobrenome ecologicamente correto, e por ventura bloomaníaco, João da Mata Costa envia cumprimentos e complementos ao que escreveu, yesterday and today, sobre o convescote de hoje – vale a pena conferir, porque como nem todo dia é dia de índio, nem todo dia é 16 de junho, nem toda capital comemora o Bloomsday como esta, Espacial-do-Brazil e sede-da-copa-2014.
Dei uma editada, claro, que professores-doutores bebem água-de-chocalho em fontes eruditas (mas vocês podem ler na íntegra em www.substantivoplural.com.br) – mesmo assim, garanto, é melhor, muito melhor que a wikipédia:

“O dia 16 de junho é o dia de Bloom. O dia em que transcorrem as ações do romance Ulisses, escrito pelo irlandês James Joyce (1882- 1941). A vida toda são vários dias, um após o outro como na vida do sr. flores (Leopold Bloom) doido para ter menino. O Ulisses de Joyce é um banquete literário dos deuses fundindo gêneros, épocas, o popular e o erudito. Um dia na vida de uma personagem. Um dia comum, uma vida comum como a nossa transformada em arte por um artífice de palavras que podem ser criadas: verdemuco, azulargênteo, sandalizantes, etcetal. Uma linguagem cheia de ‘puns’ e outros sons. Ouve-se mais do que se escuta, no Ulisses de Joyce. ‘Deus é um barulho na rua’.
“A primeira edição do Ulisses foi publicada no dia 2 de fevereiro de 1922, por uma pequena livraria-editora de Paris, a Shakespeare and Company, da poetisa Sylvia Beach. Uma verdadeira saga a edição desse livro que precisaria sair no dia do aniversário de Joyce (na capa a cor do mar grego), um aquariano obcecado pelas datas e números.
“Em 2009, são comemorados os 70 anos do canto de cisne de Joyce, Finnegans wake, e da morte do poeta Yeats.
“Ulisses é uma epopéia moderna, considerado o maior romance moderno. Um romance enciclopédico e fragmentário. Romance enigma e labiríntico. Uma trepada lingüística. A 1ª edição brasileira foi publicada em 1966, com tradução do filólogo Antonio Houaiss. Em 2005, saiu outra edição, com tradução da professora Bernadina da Silveira Pinheiro.
“A estrutura do livro é composta de 18 capítulos, ou melhor, episódios. O Ulisses de Joyce acompanha a Odisséia Clássica, tanto no tema quanto na forma, e o significado dos personagens e incidentes têm correspondência com o romance de Homero, iniciador da literatura ocidental. Leopold Bloom é Ulisses e Stephanus Dedalus é Telêmaco, um poeta-artista jesuíta que sofre de consciência pesada por não ter atendido ao pedido de sua mãe para rezar quando ela se encontrava no leito-de-morte. Penélope é a mulher de Leopold Bloom, que no romance recebe o nome de Molly Bloom. Cada hora do dia 16 é representada por uma ação-lugar-som-cor.
“No final, Ulisses ‘retorna’ para casa (Ítaca) e encontra Penélope (cama). A mulhervaginabismo onde o homem se perde e jamais retorna. Ítaca distante e labiríntica. O romance encerra com um pungente monólogo de Molly Bloom. ‘yes, I said yes I will Yes oui jái dit oui je veux bien. SIM EU QUERO SINS.’
“FIM AGAIN FIM AGAIN FIM”
[João da Mata Costa]
*
SEIS E MEIA
Para quem gosta, o Projeto Seis & Meia de hoje é realmente imperdível: Xangai, Cátia de França e Khrystal sobem ao palco do Teatro Alberto Maranhão e cantam para uma platéia que deve aplaudir até o silêncio, no caso dos fãs de carteirinha.
O Seis & Meia começa, se é preciso de legenda, às 18h30.
TRICOLOR
Trinta e um anos de jornalismo na cacunda e Jóis Alberto estréia na blogosfera – “poetas azuis paixões vermelhas amores amarelos”, referência ao seu livro homônimo, safra 2003.
Segundo Jóis – que também é poeta, claro (por estas ribeyras quem não é uma coisa é outra, e muitas vezes as duas) – seu blog tem artes, cultura, filosofia, literatura, marxismo, pós-marxismo e psicanálise. Confiram: http://jornalistaepoetajoisalberto.blogspot.com/
AMERICA
Músicos que navegam nas águas esquálidas do Rio Putigy, preparai-vos: falta menos de uma semana para o seminário “Experiências do South by Southwest”, ministrado pelo americano Brent Grulke – que é o bambambã do festival texano, e pode, portanto, ser uma ponte para atravessar o marasmo das águas locais.
Vai ser na segunda, pela manhã, no auditório do Sebrae.
Grulke vem a convite da cantora Valéria Oliveira, que se apresentou este ano no festival.
AMERICA II
Antes da palestra, sábado e domingo, Grulke assiste a apresentações de músicos “locais” (Eduardo Taufic, Jubileu Filho, Júnior Primata, Paulo de Oliveira, Rogério Pitomba, Sérgio Groove, Simona Talma, Valéria Oliveira, Ulisses, e das bandas Du Souto, Fewell e Rejects), em três locais diferentes (Budda Pub, Centro Cultural DoSol e Belle de Jour Bistrô), onde recebe material promocional e conversa com outros artistas interessados em conhecer os meandros de um dos maiores festivais de música do mundo.



PROSA
“Este coração lamenta e desanima. Engano amoroso?”
James Joyce
Giacomo Joyce
VERSO
“O perfume eram flores pisadas nos seixos.”
Cesare Pavese
“A puta camponesa”

Nenhum comentário:

Postar um comentário