quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Maior do mundo

Leio nas folhas, virtuais e de papel, que o Cajueiro de Pirangi é a saúva do trânsito deste Ryo Grande, bandas do litoral sul. Tipo: ou Pirangi acaba com o cajueiro ou o cajueiro acaba com Pirangi. Ou, como o pedreiro da canção: mesmo sem morrer, ele está lá, na contramão, atrapalhando o tráfego.
Aliás, vivo, muito vivo, não pára de crescer.
Aliás, “pára”, verbo, tem agudo? Pois, é isso: se até a reforma ortográfica pôde (mais um!) podar acentos tradicionais, por que cargas d’água não se pode (sem acento) passar a tesoura na cabeleira cajuína?
Ninguém responde, ninguém se responsabiliza.
Noves fora a querela – corta, não corta – o problema do trânsito passa, sim, pelo cajueirão, mas não apenas: em quase todo o trecho da famosa Rota do Sol dentro dos limites urbanos da igualmente famosa praia os problemas são muitos. A começar pelos bares e negócios que tradicionalmente se instalam às margens das estradas e rodovias sem a mínima preocupação de oferecer estacionamento à clientela.
Voltando para Natal, depois de enfrentar os galhos protegidos pelos gelos baianos, os motoristas continuam sendo testados nos limites da paciência em outros pontos: na altura da praça; nas imediações do Beleza – hoje Shok, ou Shock Bar –; próximo ao Pitanga; em frente ao Paçoca de Pilão; e, já perto da saída da praia, em frente ao Comeu, Morreu.
Ora, ora, não é preciso dois dedos de inteligência para saber que, um: Pirangi é a praia mais densamente povoada durante o veraneio, e os próprios veranistas, hoje, preferem sair de carro. Dois: pelo trecho passam todos aqueles que vêm de dezenas de praias, a começar por aqueles que vêm da Pipa pela beira-mar. Três: pela proximidade da Capital, muita gente também vem de lá, ou seja, automóveis do sul e do norte. Quatro: é inevitável que o ponto máximo de concentração sobre quatro rodas aconteça ali.
Pra piorar, a própria prefeitura estimula o uso indevido da Rota do Sol – o carnaval acontece literalmente ali. E, do outro lado, sentido norte-sul, o Circo da Folia arma sua tenda logo na entrada da praia e a administração sempre fez vista grossa aos milhares de ambulantes com suas cadeiras e mesas de plástico e seus carrinhos de lanches e bebidas. É incrível, mas esses bares improvisados são montados em cima do asfalto. Eu escrevi, “em cima do asfalto” – não existe nem acostamento ali.
É óbvio, muito óbvio que uma estrada que passe por fora de Pirangi se faz mais que necessário. E que o poder público cuide para que suas margens se mantenham livres desses nós. Quem quiser abrir seu negócio que bem aproveite a demanda, mas que se responsabilize pelo estacionamento regular da própria clientela.
Se não, corremos o risco de ter não apenas o maior cajueiro do mundo, mas o maior engarrafamento também.
*
FUN’
Saiu ontem, Diário Oficial, a lista de cargos comissionados para a Fundação Cultural Capitania das Artes – anotem:
Josenilton Tavares, para a chefia do departamento de atividades culturais; Jane Heyre, para a Usaf; Castelo Casado, para o departamento de execução de projetos e eventos e atividades especiais; Scilla Gabel da Silva, para a Lei Djalma Maranhão; Dionísio Outeda, Comunicação Social; José Áglio Melo, setor de informatização; Camilla Cascudo Barreto, assessoria jurídica; Cristina Maria Moura de Medeiros, chefe do Centro Cultural Jesiel Figueiredo; Francimário Vito dos Santos, chefe do Departamento de Patrimônio Cultural dos Bens Moveis e Imóveis.
Pausa pra tomar fôlego:
Ilana Felix de Oliveira, assessoria técnica; Marcos da Silva Martins, chefe do Núcleo de Artes Cênicas; Leonardo Dias Oliveira, para a diretoria do Memorial Natal; Lenilton Teixeira, para a Escola de Teatro; Henrique José Sousa, chefe do Núcleo de Qualificação; Odinelha Silva Targino Bezerra, como diretora do Centro de Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão; Sânzia Pinheiro Barbosa, chefe do Núcleo de Artes Plásticas; Anisia Maria Marques, Núcleo de Dança; Cláudia Magalhães de Oliveira, Biblioteca Esmeraldo Siqueira.
Parece gente demais, mas, são apenas 18, e, vistos assim, no conjunto, um bom time.
‘C’
Muitos nomes vêm da gestão anterior, não necessariamente nas mesmas funções – entre eles, Josenilton Tavares, Dionísio Outeda, Ilana Felix, Lenilton Teixeira, Sânzia Pinheiro e Anisia Marques.
‘ART’
De um observador cultural (não comissionado), sobre a Biblioteca Esmeraldo Siqueira (antes ocupada por Galvão Filho): “Tudo a ver – saiu um músico pra entrar uma dramaturga na coordenação de uma biblioteca...”
‘E
Mas resta uma perguntinha: Castelo Casado, ao ocupar a nova função, não estaria se impossibilitando (olha o gerúndio aê) para prestar serviços à Funcarte?
Profissional e figura humana dos melhores, Casado não merece entrar em nada questionável.
BULÍCIO
Seguindo a linha dos colunistas da Capital, a pergunta: Quem foi visto entrando na sala de Cesar Revorêdo semana que passou?
Contrariando a regra de não dar uma resposta, pois: Um bocado de gente, claro. Mas entre os muitos, Carlos de Souza.



PROSA
“E é justamente na sensação de vias-de-fato do caju que está a conceitualidade marxista dele.”
Mário de Andrade
O turista aprendiz
VERSO
“Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui”
Chico Buarque
“Deus lhe pague”

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