quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Ciúme é fogo

Outro dia desses o sobrescrito citou o poeta Volonté – Manoel Fernandes de Souza Júnior nos registros oficiais –, que lançou recentemente sua “Lira de viagem”, antologia de textos e autores que o Dom Manoel achou por bem reunir.
Deixou pras últimas páginas apenas dois poemas seus: gosto demais – e já falei aqui – do último, “Red”, dois versos tão somente: “A traição/ era fogo”.
Pois, agora, além de peripatético, Volonté pode se declarar profético.
Do outro lado do mundo, na terra dos cangurus, que todo mundo sabe ser a Austrália, uma mulher foi acusada de atear fogo no marido. Não no corpo inteiro, esclareça-se, mas naquilo que o homem provavelmente tinha em mais alta conta: seu pênis.
Eu disse “seu” referindo-me ao “dele”.
Pois, a esposa não achou que o negócio era exatamente assim – “Eu só queria queimar o pênis dele porque ele pertence a mim e a ninguém mais”, teria dito a mulher aos vizinhos.
“Pimenta é mulher ciumenta”, já cantava Moraes Moreira algumas décadas atrás quando carnaval se escrevia com “v” e não com “t”.
Pelos nomes dos envolvidos é de se pensar que o negócio está mais para curry do que chili peppers: Rajini Narayan, 44 anos, jogou um líquido inflamável sobre o maridão, Satish, três anos mais velho – maldade – enquanto ele dormia.
Rajini achava que Satish estava tendo um caso amoroso.
Imagine se ela tivesse certeza.
A casa do casal pegou, literalmente, fogo.
Daí que a tal Justiça achou por bem indiciar a dona do pênis alheio por incêndio, e por colocar em risco a vida não apenas do marido, mas também dos três filhos, que estavam dentro da casa.
Como o incendiado findou morrendo no hospital, semana passada, a acusação foi reformulada.
Nos anos 90 Lorena Bobbit entrou para a história por ter cortado o bilau do seu marido. O rapaz, que se chamava John Wayne, conseguiu reimplantar o seu bobbit e terminou virando ator de filmes pornôs.
Sorte que Satish, coitado, não vai ter.
*
UM MOMENTO POR FAVOR
A TIM continua tratando seus clientes como imbecis: o imbecil, pois, vai num Centro TIM, cheio de funcionários, entra numa fila, e a atendente manda o idiota para uma salinha ao lado pra falar com um funcionário, que está a milhares de quilômetros do Centro – através de um telefone fixo!
OBRIGADO POR AGUARDAR
Aí o imbecil perde – entre sair de casa, entrar na fila, ficar em pé falando num telefone ao lado de outros dois clientes irritados (tem mais uns três aguardando, pois só existem três aparelhos funcionando) – cerca de uma hora.
Depois de ouvir infinitas vezes: “Sr. Fulano? Obrigado por aguardar...”
PACOTE
Detalhe: todo o enredo por que a TIM resolveu cobrar indevidamente não um nem dois nem 25 centavos, mas mais de duzentos reais, ao não considerar um pacote promocional de minutos extra.
FILME DE TERROR
Também o Cinemark no Midway Mall vem se esforçando em tratar mal seus clientes: com as reformas, a área livre em torno às bilheterias diminuiu consideravelmente, e as filas, claro, se concentram em meio à circulação caótica de gente que sai em busca de diversão e só encontra transtornos.
VERNISSAGE
Dona Miriam (de Sousa) passou para a sua xará, Miriam (Rocha), que passou para a sua irmã, Lúcia (Rocha também) e, juntas, se não fizeram um gol, ao menos pintaram as 23 telas da coletiva “Mulher, Natureza e Flor” – que abre hoje, logo mais às sete da noite na Galeria de Artes do Espaço Orla Cultural, Shopping Orla Sul.
Vernissage – ainda se diz vernissage? – que o neo-presidente-da-Funcarte, Cesar Revorêdo, pois, não pode deixar de dar o ar de sua graça.
CAMINHADA
Como eu disse ontem (eu não, o release), tem mulher pra tudo que é gosto: mulher grávida, mulher mãe, mulher sensual, e – como não – mulher borboleta.
Ah! tem também a mulher na lua...
Hum.
E – já ia me esquecendo – “a caminhada da mulher em busca dos seus objetivos, metas e sonhos”.
Quem foi mesmo que disse que ser mãe é padecer no Paraíso?
A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA
Jairo Lima e sua Kriterion (Mercado de Petrópolis) continuam na labuta de oferecer cultura a esta Capital Espacial – além de livros e debates informais, a mesa azul do sebo recebe refeições e petiscos (escondidinho de carne de sol, lasanha, galinha a cabidela), tira-gostos (queijo de coalho assado) e sobremesas (delícia de abacaxi, “Sonho Imperial”).
EM NOME DO PAI
É hoje, sete da noite na livraria do Midway, o lançamento de “Lições que aprendi com ele e o que a vida me ensinou”, de Aluízio Alves Filho. O “ele” do título, é claro, refere-se ao pai.



PROSA
“Ela me olhava com aqueles olhos brilhantes... sabe, quando as mulheres ficam como gatas.”
Fellini
A voz da lua
VERSO
“Não dê ouvidos à maldade alheia, e creia”
Roberto e Erasmo
“Sua estupidez”

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